História em Quadrinhos

Review Flashpoint – Batman: Cavaleiro da Vingança #1

Quando anunciaram as mini-séries derivadas de Flashpoint não esperei grande coisa por vir. E tomei uma verdadeira rasteira quando a dupla de 100 Balas, Brian Azzarello e Eduardo Risso, foi anunciada como a equipe criativa por trás do título “Batman – Cavaleiro da Vingança”. E, mais ainda, quando tomei conhecimento que o Batman em questão era Thomas Wayne e não Bruce Wayne significando, portanto, verdadeira liberdade criativa para os autores. Azzarello sabe escrever bem histórias policiais com uma pegada de suspense que poucos autores em HQ vem conseguindo realizar (só foi péssimo ao escrever e descaracterizar John Constantine em sua passagem como escritor pela série Hellblazer, mas isso é outra história). Ele e Risso já haviam produzido uma excelente HQ do Batman publicada na mensal do Batman e depois no formato encadernado (bem melhor, inclusive) intitulada Batman: cidade castigada. E Risso, bom, o argentino Eduardo Risso é um dos meus desenhistas preferidos e consegue retratar, num estilo próprio, em suas páginas a realidade dura, crua e sem frescuragem de Gotham City como poucos conseguem fazer no atual hall de ilustradores do Cavaleiro das Trevas ou, no caso presente, do Cavaleiro da Vingança.

A história dessa primeira edição (de três ao total) de Batman – o Cavaleiro da Vingança nos apresenta, ainda que de forma breve, a realidade alternativa de Gotham City. Nela, é Thomas Wayne quem sobreviveu ao famigerado assalto que culminou nas mortes de Martha e Bruce Wayne, respectiva esposa e companheira e seu único filho. Thomas Wayne aparenta, pelos traços de Eduardo Risso, ter uns 50 anos. É rabugento e violento. E adivinha quem lembra? Sim, Batman – The Dark Knight Returns. Fiquei pasmo ao ler e ver esse “retorno”. Mas vamos à história: o Coringa sequestrou os filhos gêmeos do juiz Harvey Dent e um “demônio” vem sequestrando pessoas em Gotham.  E, para resolver essas situações, existe o Batman. O interessante é que nesse universo as soluções são finais para os vilões (Hera Venenosa e Silêncio são citados como eliminados) embora não, aparentemente, para o Coringa, como é possível deduzir do diálogo entre James (Jim) Gordon e Thomas Wayne. Um ponto interessante nessa edição é que o “Pinguim” trabalha para Thomas Wayne (que deseja, através de seu Cassino, atrair o crime e controlá-lo) e James Gordon, Comissão de uma Polícia Privatizada, conhece a identidade de Batman utilizada por Thomas Wayne para combater o crime.

E Brian Azzarello constrói muito bem os diálogos. Sua narrativa me fez crer que já lia e conhecia aquele Batman – Cavaleiro da Vingança há muitos anos. E causar isto a um leitor de mais de 25 anos de boléia quadrinistica me espantou um pouco. Outro ponto interessante é como a parceria Azzarello/Risso reflete na dinâmica da história, seja nas imagens que compõem o diálogo entre Thomas Wayne e sua “psiquiatra”com uma forte “tensão sexual” entre os dois ou no conflito entre o Batman e o Crocodilo, o “demônio” que vinha, literalmente, consumindo pessoas de Gotham. Foi espetacular, essa luta me fez lembrar, inclusive, a luta de Batman (Bruce Wayne) contra um soldado apokoliptiano em Odisséia Cósmica que também apreciava carne humana.

O final da história, na última página, podemos ver o Coringa “brincando” com as crianças de Harvey Dent. Um ótimo “convite” para a segunda edição da revista. Aqueles e aquelas que se interessaram, vou deixar disponível o gibi para fazer download. A tradução e diagramação foi feita pela Tropa BR. Os nossos agradecimentos e boa leitura!

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