História em Quadrinhos

DC New 52: Batman & Mulher-Gato

Já tem muito tempo que não consigo entender a lógica cultural de quem consome cultura nerd – aqui especialmente das HQ – nos EUA. Vejam, nem precisa ser HQ, pode ser cinema mesmo. Preza-se mais a violência irrestrita e gratuita e tudo que tenha qualquer conotação sexual causa um alarme, um verdadeiro terremoto social na mídia especializada ou nao e entre os próprios nerds leitores e leitoras de HQ.

E é algo tão repetitivo que poderia passar posts e mais posts discorrendo sobre essa verdadeira paranóia sexual dos estadunidenses. A última notícia que tomei conhecimento foi relativa a edição #1 de Catwoman. Bom, sou fã da Mulher-Gato desde que conheci a personagem. E sempre acreditei que ela fazia a oposição perfeita ao Cavaleiro das Trevas. Selina Kyle, a Mulher-Gato, é uma ladra, é inteligente, sagaz, tem um código de honra – um pouco torto, mas nada demais – possui um passado nebuloso e difícil que alimentou um espírito livre e independente que reflete, inclusive, em como lida com sua sexualidade. E, por sinal, lida muito bem. Enquanto o Batman é um cara amargo e sisudo, a Mulher-Gato é leve e sedutora. E o mais engraçado, ambos sentem-se fortemente atraídos um pelo outro.

Qualquer leitor ou leitora de HQs do Batman e da Mulher Gato sabe muito bem – a não ser que seja um dos ingênuos bob@s deste mundo nerd dos deuses e deusas – que Batman e Mulher-Gato mantém nas HQ um relacionamento de anos COM sexo. Tanto o Cavaleiro das Trevas quanto a Mulher-Gato sentem-se atraídos sexualmente e colocam à prova essa tensão sexual. Algo natural para dois adultos, certo?

Depende. O estilo conservador em matéria sexual deixa leitores e leitoras de HQ nos EUA cheios de mimimi, choradeira, reclamaçãozinhas, fifizações, etc. “Mas não podem colocar sexo, não podem insinuar que o Batman e a Mulher-Gato estão se enroscando…o que vão pensar as crianças?”

É muito pra minha cabeça. Se fosse uma cena que o Batman arrebentasse o crânio de alguém, bom, aí podia, né? Melhor ensinar as crianças algo puro e inocente como assassinato, mas sexo de forma alguma. Eis a mentalidade puritana que desejo fortemente que vá a merda. Vou deixar aqui no Cabaré das Ideias o link para fazer o download da revista da Mulher-Gato para quem se interessar. Para fazer o download basta clicar aqui. E boa diversão!

26 pensamentos sobre “DC New 52: Batman & Mulher-Gato

  1. primeira critica positiva em relação a essa HQ q eu li, concordo completamente, principalmente para quem esta acostumado com cartoons (como eu), contato físico entre os personagens ainda é novidade, pq no cartoon o máximo q vemos é um beijo pra la de frio, e como adultos é normal que eles vão além disso.

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  2. A violência é vista com tanta naturalidade por ser algo imparcial, concernente à uma realidade diversa da de quem lê – uma pessoa comum não sai por aí arrebentando crânios – o sexo, no entanto, faz parte da vida do leitor(ou não,rs), e por isso seu uso sensibiliza muito mais. Naturalmente, o que me interessa é ver o Bruce e a Selina juntos, e se eles atravessam a linha da insinuação nas hqs, excelente! Quem acha pouco, que vá ler quadrinhos eróticos, e quem acha que é muito, a dica é a mesma. Obrigada por linkar o download!

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  3. COMO TENHO SOBRINHOS PEQUENOS E SOBRINHAS E TENHO FILHOS NÃO APOIO O FATO DE APELAREM PARA SEXO NAS REVISTAS DE BATMAN. COMO ELE É MEU PERSONAGEM FAVORITO DESDE QUE EU TINHA 8 ANOS, JUSTAMENTE PELO FATO DELE RESITIR A TENTAÇÕES MUNDANAS… SE EU TIVESSE VISTO UMA CENA DESTA, DESSA MULHER RIDÍCULA LADRA, AMORAL MONTADA EM BATMAN E O DESVIANDO DE SEUS OBJETIVOS EU CERTAMENTE NÃO TERIA SIDO FÃ DELE POR VINTE ANOS.
    APELAR DEMAIS É MOTIVO DE FRAQUEZA, BATMAN NÃO PRECISA DESSE TIPO DE CENAS.

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    • Ola, Barbara! Discordo da sua perspectiva um tanto. Batman, hoje em dia, é um multipersonagem, afinal, existe em diversas mídias e formatos. Temos um Batman “realista” nos filmes do Christopher Nolan, temos um Batman velho e obcecado em Batman the dark knight return’s de Frank Miller e até um Batman meio pastelão como foi aquele do seriado da década de 1960 com Adam West e há versões mais infantis como a última animação do Batman “the Brave and the Bold”. Então, o mais correto seria repassar as versões infantis do Batman para crianças e com o devido amadurecimento das mesmas, repassar outras versões. E minha opinião é que o apelo de verdade é mostrar a violência como algo normal – com mortes, espancamentos e demais atos – como algo “aceitável”, enquanto sexo é repudiado. O risco, diria Freud, é criar neuroses nas crianças e, consequentemente, formar adultos reprimidos e problematicos. Esta revista que resenhei não é para o público de 07 ou 09 anos, por exemplo, entao cabe aos pais e responsaveis orientar seus filhos e filhas e sobrinhos e sobrinhas a respeito de conteúdos como sexualidade e violência. E reside aí o grande desafio de verdade.

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      • Pois é, eu ia levantar esse ponto mesmo de que o material que tu resenhou não é adequado pra uma criança. É importante tratar de temas que fazem parte da vida do ser humano mas com abordagens adequadas. Se o Batman tiver uma vida sexual ativa num quadrinho pra uma criança de 8 anos, será colocado de outra forma, claro.

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  4. olá Ben Hazrael, discordo plenamente do seu comentário, o q criou o Batman foi uma historia com tipos específicos de influências sendo assim só deveria ter um tipo de personalidade,quem n segue a historia de Batman é uma pena.

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    • Olá! Batman nunca foi um personagem como mesmo padrão de comportamento. Leia as histórias de Bob Kane. Sobre personalidade, fica difícil tratar de “personalidade de personagem de HQ” justamente por ser uma criação artística. Existem elementos que permanecem na trajetória d@s personagens – no caso do Batman, a tragédia familiar – mas como lidar com essa tragédia, por exemplo, variou ao longo do tempo: Batman matava e usava mesmo armas de fogo, isso foi se alterando ao longos dos anos. Então, meu caro, realmente é complicado “quem n segue a história de Batman”. Realmente é uma pena.

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  5. olá Ben Hazrael, não sei se você percebeu,mas esse meu comentário foi defendendo o idealismo de barbara,que eu não tiro a razão mesmo com esse seu argumento de defesa.

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  6. bom Ben Hazrael,eu acho que um bom debati é quando um lado sede e fiquemos em pleno acordo.
    O erro q falo em não seguir a historia de Batman, é criar varias personalidades em uma historia, seria como alguém contar a sua vida em algum livro e no final falar que você queria ser cantor de j-rock, desculpe-me pelo exemplo exagerado , mas é só para você entender que a vida de Batman é uma, e só deveria ter uma atitude ou pelo menos semelhante(pelo fato de se perder algo pelo tempo,ai teria que ser semelhante).
    “triste,quem não segue a historia de Batman

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    • Creio que um bom debate não se limita a uma única opinião ao final (ou se ganha ou se perde o debate), mas a troca de opiniões. Quanto ao Batman ter somente uma atitude e não mudar, bom, no caso se não houvesse uma reformulação (para dizer apenas uma) do personagem desde sua criação, o cavaleiro das trevas ainda mataria e usaria armas (porque em suas primeiras histórias isso acontecia). Logo você deve concordar que o Batman – criação original – é que deveria ter sido mantido ao longo do tempo para não incorrer em “várias personalidades em uma história”. Eu já acredito que os personagens – como criações artísticas – não devem se manter engessados ao longo do tempo, mas trabalhados e retrabalhados sempre, mas como sempre digo: é kamma!

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  7. Não se trata de ganhar ou perder,e sim a informação mais útil no momento, por que se fosse uma simples troca de ideias a escravidão não teria acabado.
    em questão do Batman ,de fato tem de haver mudanças,isso é chamado de evolução,o Batman de antes comparado com o de agora,não se trata simplesmente de matar bandidos,só muda o modo q ele termina a missão, pois o conceito moral é o mesmo.

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    • Acredito que está ocorrendo um desvio do eixo do debate, de Batman (mudanças na personalidade) para “fim da escravidão” é um salto muito grande se tratando de comparar os debates e formatos dos mesmos. E se tratando de “moral” – do ponto de vista kantiano, por exemplo – também não dá pra dizer que o personagem Batman manteve uma mesma moral ao longo de sua trajetória como personagem. Aí é outro problema.

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  8. bom Ben Hazrael, a questão do fim da escravidão foi sobre uma contra resposta do seu argumento de debate,não é possível que você não percebe.
    e se você parar para pensar o conceito moral é o mesmo, o que muda é como ele executa.
    E sobre personalidades ainda não discordo do fato de haver apenas uma historia.e você que conhece maior parte dos formados de Batman seria capas de perceber que a moral é a mesma.

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    • Então, “L”, realmente não vi clareza na comparação, mas é “comentário passado”. Ainda estou com uma dificuldade kantiana pra entender que moral que é essa que brota do personagem sem levar em consideração contexto social e, claro, autores. Até onde me lembro, o Batman de Frank Miller (the dark knight return’s) tem uma moral e “executa-a” de forma muuuuuuito diferente do Batman da animação “The Brave and the Bold”. É tudo a mesma coisa e só eu não percebi?

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  9. a questão de moral se resulta no motivo pelo qual o Batman luta ou lutava contra bandidos,e porque devemos lutar contra o “mau”,qual o proposito de combater o mau,não é possível ser tao diferentes se é que são diferentes.

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    • Não te esqueça de “execução” da moral que você mesmo tanto disse. E outra, o post se trata essencialmente sobre a relação amorosa e sexual sempre existente do Batman e da Mulher Gato.

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  10. bom, se você limitar seu foco analisando posts individualmente, de fato vai parecer que fugimos de foco,mas leia todo o contesto da conversa,que você percebera que sua critica foi desnecessária.

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    • Nunca quis ampliar o debate para um nível completamente horizontal de comparações, etc. Até tentei trazer aspectos mais conceituais – a partir de Kant e de seus imperativos categóricos – mas dizer que minha crítica foi desnecessária só me faz perceber que você provavelmente não leu o post adequadamente e muito menos prestou atenção ao foco – é sim necessário – do debate em torno do post. E já que isto ocorreu e você me aponta uma crítica “desnecessária” julgo procedente, portanto, encerrar a discussão, afinal, pelo visto, apenas suas críticas eram necessárias.

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  11. Podia ter mais cenas como estas 😀 tanto que essa série de hqs não é pra crianças, pois tem historias complexas. E ainda tem retardado que fica de mimimi falando que é pra criança kkkkkk bando de otários

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